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Preços nos postos: Etanol volta a ultrapassar R$ 5 por litro na média nacional

Fonte: Nova Cana


Pela quinta semana consecutiva, o etanol sofreu um aumento de preço na média dos postos brasileiros; a gasolina, por outro lado, caiu pela terceira vez depois de três semanas seguidas de acréscimos.


Entre 3 e 9 de abril, o biocombustível passou de R$ 4,99 por litro para R$ 5,014/L na média nacional, aumento de 0,48%. Já a gasolina foi de R$ 7,202/L para R$ 7,192/L, queda de 0,14%.


Desta forma, na semana, a relação entre o preço do biocombustível e o de seu concorrente fóssil foi de 69,7%, acima do resultado do período anterior, de 69,3%.


Este é o terceiro aumento consecutivo depois de dez semanas de redução no indicador. Ainda assim, o etanol segue comercialmente competitivo na média nacional. Ou seja, o preço do biocombustível ficou abaixo de 70% do custo da gasolina, faixa em que o renovável é tido como vantajoso para os consumidores.


Considerando as médias estaduais, o biocombustível está economicamente favorável nos estados de Minas Gerais, Goiás e São Paulo.


Os valores correspondem ao levantamento semanal realizado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).


Conforme reportagem da Folha de S. Paulo, os usineiros dizem que houve grande demanda pelo biocombustível nos últimos meses, fato que pressionou os preços. A expectativa é que os valores comecem a decair nas próximas semanas, com o início da colheita de cana-de-açúcar.


As comparações de valores nos postos não são exatamente precisas, já que o levantamento dos preços de combustíveis realizado pela ANP ainda não está sendo realizado em todas as cidades brasileiras e o número de localidades pesquisadas muda. Na semana analisada, foram levantados os dados de 411 municípios, 21 a mais do que no período anterior.


Por sua vez, nas usinas paulistas, o etanol hidratado saiu de R$ 3,4135/L para R$ 3,55/L, aumento de 4%. Os dados são do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq-USP. Também houve acréscimo de 3,08% nas produtoras goianas e de 2,15% nas mato-grossenses.


Últimos acontecimentos


Durante a última semana, o indicado à presidência da Petrobras, Adriano Pires, desistiu de assumir o cargo. A mudança de planos ocorreu após o governo receber informações de que Pires não passaria do teste de governança da petroleira, por conta de conflito de interesses.

Com isso, quem deve assumir o cargo é José Mauro Ferreira Coelho. Já Márcio Andrade Weber deve ficar com o conselho de administração da estatal. Analistas e investidores enxergam que o novo presidente deve continuar seguindo a estratégia e as políticas comerciais da Petrobras.


Por outro lado, a manutenção dos moldes atuais não agrada a todos. Há pedidos para revisão da política de preços da petroleira de outros setores da economia, para além dos caminhoneiros.


O ex-diretor-geral ANP, David Zylbersztajn, afirmou na última semana que “os projetos para a redução do preço dos combustíveis são soluções artificiais”, sem quedas significativas dos preços na bomba.


Variações nos estados


Segundo a ANP, entre 3 e 9 de abril, o preço do etanol subiu na média de 17 estados, caiu em oito e no Distrito Federal e ficou estável no Amapá. A gasolina, por sua vez, subiu em oito unidades da federação.


Em São Paulo, maior produtor e consumidor de etanol do país, o biocombustível teve um acréscimo de 0,83%, custando R$ 4,756/L em média, o menor valor entre todos os estados do país. Já a gasolina foi vendida a R$ 6,866/L, redução de 0,16%. Com isso, a relação entre os preços subiu, ficando em 69,3%, mas ainda se mantendo favorável ao etanol. A pesquisa foi feita em 107 cidades paulistas, mesma quantidade do que na semana anterior.


Em Goiás, o etanol foi comercializado a R$ 4,923/L na média da semana analisada, redução de 0,28%. Enquanto isso, a gasolina caiu 0,41%, para R$ 7,351/L. Assim, a relação entre os preços dos combustíveis ficou em 67%, acima dos 66,9% de uma semana antes, mas ainda favorável ao etanol. Segundo a ANP, 16 cidades goianas foram consideradas no levantamento, mesmo número do que uma semana antes.


Por sua vez, Minas Gerais registrou aumento de 0,8% no preço médio do etanol, que foi comercializado a R$ 5,155/L. A gasolina passou por uma queda de 0,13% e foi negociada a R$ 7,512/L, em média. Com isso, o renovável custou o equivalente a 68,6% do preço do combustível fóssil, acima dos 68% vistos na semana anterior, mas ainda mantendo competitividade no estado. No total, 53 municípios mineiros participaram da pesquisa, três a mais do que na semana anterior.


Em Mato Grosso, o preço médio do etanol teve uma baixa de 2,81%, a maior queda dentre os seis maiores produtores, indo para R$ 4,920/L. Na semana, a gasolina caiu 0,57%, passando a custar R$ 7,013/L. Desta forma, a relação entre os preços ficou em 70,2%, abaixo dos 71,8% de uma semana antes, não sendo economicamente vantajoso ao consumidor. A ANP fez a pesquisa em seis municípios mato-grossenses, um a menos do que o total registrado no último levantamento.


Já em Mato Grosso do Sul, o etanol subiu 0,74%, ficando em R$ 5,203/L. A gasolina, por sua vez, teve uma queda de 0,01%, para R$ 6,996/L. Assim, o biocombustível custou o equivalente a 74,4% do preço de seu concorrente fóssil, acima dos 73,8% de uma semana antes e a mais alta relação entre os seis principais estados produtores de etanol do país. Seis cidades participaram do levantamento.


Por fim, no Paraná, o biocombustível custou o equivalente a 73,4% do preço da gasolina. No período, o renovável teve uma queda de 0,02%, sendo vendido por R$ 5,305/L na média estadual, o valor mais alto entre os maiores produtores do biocombustível. Já a gasolina caiu 0,17%, indo para R$ 7,229/L. No total, 27 cidades foram pesquisadas no estado, uma a mais do que o visto uma semana antes.


Os preços do etanol e da gasolina por região, estado ou cidade desde 2018 estão disponíveis na planilha interativa (exclusiva para assinantes). Também estão disponíveis gráficos avançados e filtros interativos sobre o comportamento dos preços.


Comparação comprometida


Após mais de dois meses em pausa, o levantamento de preços nos postos voltou a ser realizado semanalmente no final de outubro de 2020. Ainda assim, as comparações entre as análises não são precisas, já que o número de municípios pesquisados vem mudando semanalmente, conforme já era previsto pela ANP.


Entre 3 e 9 de abril, 411 cidades foram pesquisadas, 21 a mais do que no período anterior. O levantamento inclui todas as capitais dos estados brasileiros. Algumas localidades deixaram de participar no comparativo semanal, mudando o número de municípios de alguns estados.


Apesar da progressão no número de cidades, o total está abaixo do objetivo divulgado pela ANP: 459. A agência vem demonstrando dificuldades em cumprir com o esperado em relação ao levantamento desde a pausa, quando tinha uma expectativa de data de retomada que não foi atingida e atrasou mais de um mês.


Com este retorno gradual, os números seguem não correspondendo à média dos postos dos estados como ocorria antes da pausa. A comparação semanal também deve ser observada com cautela, já que a amostra pode aumentar ou diminuir semanalmente.

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